segunda-feira, 11 de junho de 2007

TÉTRICO PORVIR


Como poderei explicar?
Inverno em minhas veias
e uma montanha amarrada
em meus pés.
Como poderei dizer?
Meu filho morto em meus braços
e a solidão dos que ficam enterrados
quando findam os funerais.
Dificil mostrar o que sinto neste momento.
Não foi meu corpo que lhe dei,
você devia saber.

Como poderei contar?
Seu olhar na primeira vez que encontrou
a minha direção
e as palavras perfeitas em meu ouvido.
Tarde demais!
O inferno inteiro se abriu em festa
E toda humilhação,entrega ou religião
Não será maior,nem mais intensa.
E toda a fome do mundo
Será sempre menor
que a insanidade da vingança.
(Imagem de Remedios Varo)

2 comentários:

Unknown disse...

Estou gostando muito!!! Precisamos divulgar melhor este blog porque os olheiros de editoras (será que existem?) e os admiradores de boa poesia precisam descobri-lo e usufruir dele!!!! Uau!

Cris Oliveira disse...

"E toda humilhação,entrega ou religião
Não será maior,nem mais intensa.
E toda a fome do mundo
Será sempre menor
que a insanidade da vingança."

**** Cada post me faz te admirar mais, esse trecho então, foi genial, sem nenhuma demagogia...