segunda-feira, 11 de junho de 2007

TÉTRICO PORVIR


Como poderei explicar?
Inverno em minhas veias
e uma montanha amarrada
em meus pés.
Como poderei dizer?
Meu filho morto em meus braços
e a solidão dos que ficam enterrados
quando findam os funerais.
Dificil mostrar o que sinto neste momento.
Não foi meu corpo que lhe dei,
você devia saber.

Como poderei contar?
Seu olhar na primeira vez que encontrou
a minha direção
e as palavras perfeitas em meu ouvido.
Tarde demais!
O inferno inteiro se abriu em festa
E toda humilhação,entrega ou religião
Não será maior,nem mais intensa.
E toda a fome do mundo
Será sempre menor
que a insanidade da vingança.
(Imagem de Remedios Varo)

Escravidão





Tudo perfeito ao redor

e eu querendo apenas sumir.

Rápido e discreto.

Levar minha alma para fora

do planeta.

Seguir vagando,observando

estrelas e cometas.



A ferida ainda está aberta

escondida sob uma superficial cicatriz

feita de sorrisos e olhares

A ferida ainda sangra.

Sangra e finje.



Mas por enquanto

permaneço aqui sentado

Rezando para que toda essa

perfeição acabe logo.

E assim,eu possa voltar

para o teu lado.

Frio,direto

E respirar o ar pesado que

nos rodeia.