segunda-feira, 21 de maio de 2007

TEMPOS ESTRANHOS


Tempos estranhos,
enquanto caminho na estrada e o vento traz
o cheiro das flores que morreram na primavera passada.
Tempos estranhos, sem lua.
As horas lentas, passando...
Enquanto na janela, choro vendo a cidade seguir.
Estranha, sem aquelas flores...
Choro na janela enquanto você dorme seu sono de anjo.
Um dia acreditei na posteridade
e vejo você ali.
Eu sou sua posteridade.
E estou assim, sem o tempo, o vento, as flores .
Sem lua
Tempos estranhos, mas você pode dormir...
Eu estou aqui!

Para meu avô Elias


Fotografia de Bungo Saito

Um comentário:

Unknown disse...

Com certeza seu avô ajudou muito na formação da sua sensibilidade sem tão à flor da pele! À flor da pele e bricando com as possibilidades infinitas das palavras, como Mallarmé nos ensinou: "um lance de dados jamais abolirá o acaso".